A ligação
terrestre entre Feijó, no Acre e Envira, no Amazonas foi tema de uma audiência
pública que reuniu vinte e seis vereadores, dois prefeitos, um vice-prefeito e
moradores da cidade amazonense na sede do legislativo municipal.
Seis
vereadores de Feijó e o vice prefeito Elson José, foram até Envira onde se juntaram
aos vereadores de locais e de Eirunepé
para tratarem da conclusão da estrada que vai ligar as duas cidades. O prefeito
de Envira, Paulo Ruan e de Eirunepé, Raylan Barroso foram os mediadores do
encontro.
Elson José
explicou que a ida da comitiva politica de Feijó ao evento teve como principal
finalidade incentivar os gestores para se mobilizarem junto ao governo estadual
do Amazonas na busca por recursos para inicio dos serviços do lado amazonense. “Nossa
ida lá foi pra incentivar um pouco eles
pra conseguirem recursos e retomar as obras que do lado de lá que estão
paradas. A gente não vendeu facilidades pra eles, prometendo que vamos
abrir estrada. Pelo contrário, fomos lá pra provocar eles a se mobilizarem, até para aproveitar o que já
está aberto do lado do Acre”, justificou o vice prefeito.
A estrada
Feijó/ Envira é uma pauta que vem de longe. No ano passado, o Departamento de
Estradas do Acre, Deracre, abriu cerca de 16 km do lado do Acre. No total a
estrada tem 56 km dentro do território acreano. Do lado amazonense, segundo
Elson, em 2017 foi a última vez que o governo amazonense colocou máquinas no
trecho. “ Alertamos eles quanto a necessidade de retomarem o mais breve
possível a obra para aproveitar o que já está aberto do lado do Acre. Com esse
incentivo nosso, eles garantiram que irão se mexer por lá”, conclui o vice
prefeito.
Prefeito de
Envira vai em busca de apoio do governo
Mais jovem
prefeito eleito no Amazonas nas últimas eleições, Paulo Ruan, de Envira revelou
que ainda não sentou com sua equipe para tratar do assunto porque canalizou
todos os recursos e ações para “arrumar
casa” e combater a pandemia. O gestor porém, garantiu que na próxima
semana vai a Manaus com uma comissão de vereadores para um encontro com o governador
Wilson Lima, que no início da gestão, se comprometeu em abrir a estrada dentro
da área do Amazonas.
“A vida dos
nossos amigos de Feijó é de fato um incentivo pra gente. Estamos vendo que eles
estão muito comprometidos com uma causa que vai beneficiar mais nosso povo que
os amigos do Acre, mas isso mostra respeito e bom relacionamento institucional.
Da nossa parte, vamos buscar a partir de agora, todos os mecanismos que
estiverem ao nosso alcance para conseguir recursos e iniciar a abertura dessa
estrada que significa o fim do isolamento da nossa cidade”, disse.
Eirunepé
defende ligação com Envira
Com a experiência
de quem está no segundo mandato, Raylan Barroso, prefeito de Eirunepé, assumiu
dois compromissos: ajudar o colega de Envira na busca por recursos e elaborar
um projeto para a abertura de uma estrada ligando Eirunepé a Envira. Para ele,
a prioridade é garantir a retomada dos serviços até Feijó, e depois brigar pela
segunda proposta.
“Essa
estrada para Feijó beneficia diretamente nossa população, porque irá diminuir a
logística. Imagine a gente tendo como trazer nossas mercadorias via terrestre
até aqui e depois levar de barco até Eirunepé? Vamos ganhar tempo e reduzir os
custos. Parabéns ao governo do Acre, aos amigos de Feijó que estão tão
empenhados com essa obra, e olha que eles praticamente nem precisam dela,
porque lá eles tem estrada boa para Rio Branco. Aqui, assumo o compromisso de
ajudar no que estiver ao meu alcance os amigos de Envira e quem sabe ao fim no
nosso segundo mandato, ver essa estrada concluída”, falou o gestor.
Envira e
Eirunepé sofrem com o isolamento
Com pouco
mais de 20 mil habitantes, Envira depende do transporte fluvial e aéreo para
receber mercadorias. O mercado local é abastecido quase que em sua totalidade
por produtos adquiridos em Rio Branco e Feijó. Nessa época do ano, com a seca
dos rios, o transporte fluvial fica mais caro e demorado. Apenas pequenas
embarcações conseguem concluir a viagem que dura quase 48 horas, levando gêneros
alimentícios, principalmente.
De avião, a
passagem custa R$ 300, saindo de Feijó e R$ 450 em vôo direto até a capital do
Acre. Para ir até Manaus, o passageiro terá que desembolsar cerca de R$ 1.200 e
pegar duas aeronaves.
Situação
semelhante ocorre em Eirunepé. Também isolada via terrestre, a cidade depende
dos rios para abastecer o mercado local. A prefeitura gasta muito dinheiro
fretando voos para transportar de Manaus medicamentos e outros insumos.
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