No dia 29 de abril, os motores dos rebocadores que empurram as balsas que fazem a travessia de carros na Ponta do Abunã vão parar. Neste dia, finalmente a ponte do Madeira, que vai ligar o Acre a Rondonia e ao Brasil, finalmente será inaugurada, garante o governador do Acre Gladson Cameli. Na mesma data a empresa Amazônia Navegação vai encerrar o contrato trabalhista de quarenta operários. Há três décadas a empresa explora a travessia na região e arrecadava mensalmente cerca de R$ 160 mil. Os preços atuais comprovam que a empresa de fato, lucra altas cifras com o péssimo serviço. A travessia de uma carro de passeio custa R$ 20,00. Um ônibus paga R$ 70,00 e ainda é cobrado uma taxa de R$ 1,70 cada passageiro transportado. Até de bicicleta a empresa cobra, R$ 3,80.
Entre a espera para embarcar o carro até o desembarque do outro lado do rio a travessia demora em média uma hora. Esse tempo “perdido” na balsa será diminuído na viagem a partir do momento em que o tráfego de veículos estiver autorizado na ponte. Orçada em R$ 130 milhões, a obra deveria ter sido entregue em 2018, e só agora, três anos depois ficou pronta.
Funcionários aprovam entrega da ponte
José Luiz é comandante de rebocador. Desde 2019 trabalha atravessando veículos na balsa. Apesar do desemprego á sua porta ele diz que está feliz por ver um sonho tão antigo se tornar realidade. “Olha, apesar de ficar desempregado a partir do dia que a ponte for inaugurada, eu estou feliz. Muita gente precisa disso aí. É desenvolvimento né? “, diz o comandante. José Luiz falou que tem um emprego á vista para transportar combustível no interior de Rondônia, mas só deve começar no novo emprego em julho, até vai ficar desempregado. “ É a vida né. Eu sei que essa ponte vai desempregar a mim e meus companheiros mas a gente vai seguir em frente”, garante.
Welbson Lima é operador de convés. Trabalha há seis anos na empresa. Ele ainda tem nenhum novo emprego em mente, mas diz que sabia que essa hora iria chegar. “ A gente sabia que uma hora essa ponte seria concluída. Demorou além do previsto mais vai acontecer. Fazer o quê? Não sei ainda como vai ser minha vida depois que eu sair daqui. Essa pandemia deixou as coisas mais difíceis, mas a gente vai procurar uma forma de sustentar a família “, garante.
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