Com furos nas escalas, profissionais do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) chegam a trabalhar em turnos dobrados, ultrapassando o horário de encerramento dos plantões para evitar que os setores fiquem com uma quantidade inferior à necessária para a engrenagem não parar. O caso será narrado na próxima reunião com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) para cobrar a resolução do problema.
Durante visita realizada pela Diretoria do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), na tarde de terça-feira (09), vários trabalhadores narraram ainda que estão atuando de forma ininterrupta, sem dias de folga. Mesmo com a realização de plantões dobrados, não existem mais leitos, e pacientes da observação estão sendo colocados em macas no corredor, próximo ao Serviço de Emergência Clínica (SEC), onde estão internados pacientes suspeitos e casos confirmados com coronavírus (Covid-19).
Os trabalhadores voltaram a denunciar também a falta de modificação do fluxo no atendimento dos casos que chegam com suspeitas de Covid-19, o que já gerou a contaminação generalizada de profissionais do setor de ortopedia e pediatria, que ficam de frente com a área de espera e triagem. Os profissionais temem que acompanhantes, crianças e pacientes de traumas também sejam contaminados enquanto aguardam atendimento.
“Desde a primeira reunião que fizemos com a Sesacre, no início da pandemia, pedimos a mudança deste fluxo que é um campo aberto de contaminação. Na reunião de sábado, reforçamos de forma veemente este pedido. Foi prometido mudança do fluxo do atendimento dos suspeitos de Covid-19 no Huerb, mas nada foi feito até agora. O Ministério Público está ciente da demanda, pois esteve na reunião”, reclamou a primeira-secretária do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury.
Sem espaço para abrigar casos positivos de Covid-19 com baixa saturação (baixa quantidade de oxigênio no sangue), leitos do quarto andar e do terceiro andar estão todos tomados.
“É preciso que o governo do Estado agilize a abertura de novos leitos no Into para desafogar o Huerb, pois outros pacientes também precisam de atendimento e a situação está ficando crítica”, alertou o vice-presidente do Sindicato, Guilherme Pulici.
Os diretores ainda receberam queixas sobre a falta de leitos pediátricos de UTI específicos para tratamento de crianças com Covid-19 e a necessidade de reparo do intensificador de imagens (Raio-X) utilizado por ortopedistas na sala cirúrgica. Os médicos também reclamaram da falta de disponibilidade de testagem para profissionais, buscando realizar a checagem das condições de saúde do trabalhador para evitar que haja a propagação do vírus para outros pacientes.
Todas as falhas serão relatadas em nova reunião com a Sesacre na quinta-feira, quando se buscará apresentar alternativas para melhorias no atendimento.
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