A travessia de veículos na balsa do Madeira, pela BR 364, entre Rio Branco e Porto Velho, pode ser interrompida na próxima semana por motoristas de caminhões tanque que transportam cargas perigosas.
Os profissionais reclamam do perigo e das péssimas condições operacionais que a empresa que administra as balsas oferece atualmente para atravessar para o Acre os veículos de grande porte.
Em vídeos enviados á reportagem, os motoristas mostraram como vem sendo feita a retirada dos caminhões das balsas. A empresa usa uma pá carregadeira e um cabo de aço para puxar os veículos, uma manobra arriscada e perigosa.
O embarque e desembarque desses veículos vendo sendo feito em um porto alternativo, que tem uma ladeira bem inclinada e dificulta a saída.
Adecarlos Queiróz, motorista que há trinta anos atua neste trecho disse que a operação para puxar os carros pode resultar um acidente ambiental ou até uma explosão.
¨ Se chegar a soltar o cabo, aquilo arranca a tampa e o produto pode derramar no rio e ainda tem o risco de explodir. Já teve caminhão que quase caiu no rio. Lá é um porto improvisado e cada dia que o nível das águas baixa, fica mais complicado para embarcar e desembarcar¨, reclamou.
Queiróz disse que a reivindicação dos tanqueiros é para que a empresa que administra as balsas, faça o embarque e desembarque dos carros com carga perigosa no mesmo porto por onde passam os demais veículos.
Segundo ele, apesar dos insistentes pedidos, a gerência ignorou o apelo da categoria. Sem uma resposta, os tanqueiros pretendem bloquear na próxima semana, os acessos nas duas margens do rio bloqueando qualquer travessia no Madeira.
¨ Falamos com o gerente e ele nem deu atenção, pelo contrário, ficou irritado com nossa reivindicação. Do jeito que está, infelizmente não há como continuar trabalhando. Eles podem mudar nossa travessia para o porto convencional, não haveria problemas porque a carga perigosa é transportada em uma balsa exclusiva. Se ninguém se manifestar, nós vamos bloquear os dois lados¨, garantiu o caminheiro.
De acordo com o Sindicato dos Postos de Combustíveis, cerca de cem caminhões tanques fazem a travessia diária entre Rondônia e Acre pelas balsas do Madeira. A taxa é de R$ 162,00 por caminhão.
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