O prefeito de Senador Guiomard, André Maia (PSD), foi vítima de uma perseguição de policiais sem autorização judicial a mando do vice-prefeito da cidade, Judson Costa (PSD), que em suposto conluio com o presidente da Câmara de Vereadores daquela cidade, Gilson da Funerária (PP), teriam designado dois agentes de Polícia Civil, sendo um deles irmão do vice-prefeito, para realizar um relatório contendo fotos e vídeos sem autorização de autoridade policial ou judiciária.
A informação faz parte de um processo judicial onde estão anexados os depoimentos do policial irmão de Judson, que é agente de Polícia Civil (APC), que afirma ter pago R$ 100 reais a um outro policial para que seguisse André Maia até mesmo pelas madrugadas. O grupo tinha por objetivo montar um dossiê provando supostas ações ilegais de André Maia e que o prefeito sequer moraria em Senador Guiomard.
A trama que parece enredo de novela tupiniquim consta ainda com o fato de que pesa sob o presidente da Câmara de Vereadores, Gilson da Funerária, a suspeita de ter fraudado, em conluio com os dois agentes, documento público. O vice-prefeito alegou em depoimento que já havia registrado na delegacia um boletim de ocorrência para que se chegasse à denúncia de que André Maia não residia em Senador Guiomard, mas o documento não foi encontrado, tendo sido apresentado depois um documento, que, segundo análise pericial, foi adulterada a data. A tramoia de forjar o boletim seria para justificar a perseguição dos agentes ao prefeito.
“O referido documento público, em tese, registrado no dia 19 de janeiro de 2018, às 14:30 horas, embora contenha os autógrafos do agente de polícia, Elton André Anute Gurgel, consta em seu rodapé a informação de que foi impressa em 26/04/2018, às 14:32:57 horas, data posterior ao dia que o delegado de Polícia Civil, Marcus José da Silva Cabral, foi informado de sua existência, o que gera dúvida razoável sobre a sua autenticidade”, diz trecho de documento assinado em 10 de maio de 2018 pelo corregedor-geral.
Em documento enviado à corregedoria, o delegado Marcus José declara que houve transgressão por parte dos policiais e ressaltou que prefeitos gozam de foro privilegiado, sendo, portanto, que as investigações contra gestor na investidura deste cargo dependem de prévia autorização do Poder Judiciário. “ O que, frise-se, não ocorreu”, diz.
O que dizem os acusados
O presidente da Câmara de Vereadores, Gilson da Funerária, negou qualquer pagamento extra a policiais para investigar ou perseguir o prefeito. Ele esclareceu que registrou na delegacia uma denúncia contra o gestor, pedindo que a polícia investigasse onde fica a residência do prefeito. Segundo o parlamentar, a estratégia usada pelos investigadores para levantar tal informação não lhe dizem respeito.
¨ Eu nao vou orientar a polícia de como fazer o trabalho dela. Se ele disse que eu paguei para alguém persegui-lo, terá de provar¨, afirmou.
O vice prefeito Judson Costa não foi encontrado para comentar o caso.
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