O aposentado Pedro Holanda de Freitas, de 101 anos, se tornou eleitor em 1936. De lá para cá, acompanhou diversas transformações do processo eleitoral brasileiro, da votação manual à eletrônica. Em 2018, com mais de 80 anos exercendo o direito ao voto, ele compareceu à sua seção eleitoral, na Escola Mário de Oliveira, próxima ao Centro da capital, portando o e-Título, documento digital idealizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) e utilizado por mais de 10 milhões de cidadãos brasileiros nestas eleições.
"É um avanço e uma grande facilidade para nós, por isso que eu uso. No meu tempo era tanto papel que a gente levava para votar e quando chegava lá ainda recebia mais um monte de papel para preencher os votos. Imagine, você, no primeiro turno, tendo que preencher voto em cédulas para seis candidatos? Digitar na urna é muito mais fácil e rápido. Gastei dois minutos", disse o eleitor.
A consciência do dever cívico é o que inspira o aposentado a votar. Ele diz que não é um mero observador da história do seu país, participa de todos os momentos que considera importante, e a eleição é uma delas. "O conselho que dou aos idosos é que continuem votando porque nós fazemos parte da sociedade e temos o dever de escolher candidatos que nos representem", completou.
Na escola onde vota, seu Pedro já é reconhecido e esperado pelos mesários e demais cidadãos, que acenam e cumprimentam o eleitor centenário, sempre pontual com o exercício da democracia. "Gosto de votar às 8 horas, quando a seção abre", finalizou.
De acordo com a legislação eleitoral, o voto é facultativo a partir dos 70 anos. No Acre há 29.249 eleitores que não são mais obrigados a votar, a exemplo do seu Pedro. Destes, 143 possuem 100 anos ou mais.
Renata Brasileiro
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