Com ajuda do IEL, dona Ivete Maria,
de 70 anos, começa estágio na área de artes cênicas na Rede de Humanização do
Estado
Ela seria apenas mais uma acadêmica do 8º período de artes
cênicas da Ufac se não fosse por um detalhe que a torna muito especial. Aos 70
anos de idade, a intrépida Ivete Maria de Souza prova que está em toda a sua
plenitude para se dedicar aos estudos e, por que não, para se reinserir no
mercado de trabalho. Com ajuda do Instituto Euvaldo Lodi (IEL/AC), a estudante
deu início a um estágio na Secretaria de Gestão Administrativa, mais
especificamente no projeto Arte Cura, da Rede de Humanização da Gestão Pública,
no dia 15 de fevereiro deste ano.
“Fiz minha inscrição no IEL e acabei esquecendo. Até que um
amigo meu me avisou que estavam chamando para fazer a entrevista. Quando
cheguei lá, disseram que já estavam há uma semana me procurando. Quando fui
fazer a entrevista, orei para Deus e também confiei no meu taco”, relata dona
Ivete, do alto de sua experiência. Ao ser desafiada a apresentar “alguma coisa”
ali naquela hora, decidiu fazer uma homenagem aos servidores e contou sua
história de vida. Foi o suficiente.
Ela conta que decidiu cursar artes cênicas porque,
aposentada, já estava há muito tempo “sem fazer nada”. Uma amiga insistiu para
que fizesse o Enem e, depois de 21 anos sem estudar, aos 65 de idade, dona
Ivete era uma das calouras. “Aí fiquei pensando se, depois de tanto tempo,
conseguiria enfrentar a ‘moçada’. Hoje, já estou no 8º período, perto de me
formar”, comemora ela, que, em sua mocidade, trabalhou como auxiliar de
serviços gerais para sustentar a mãe e o irmão. “Não importava o trabalho que
eu ia fazer, o importante era ter o salário no final do mês para dar de comer a
eles”.
ESTÁGIO – No entanto, Ivete está cursando a
faculdade somente para cumprir tabela, como se diz no jargão popular. Ou seja,
apenas para ter em mãos o diploma que a legitima como profissional formada no
ramo onde já atua há três décadas. A diretora da Rede de Humanização, Elineide
Meireles, explica que a estagiária foi integrada no Departamento de
Sensibilização, que trabalha a arte como forma de comunicação, de interação e
incentivo à sensibilidade, à inovação e à criatividade do servidor.
“Trabalhamos com várias linguagens de arte, como música,
contação de história, cinema etc. Ivete já está integrada e ensaiando com a
equipe. Já descobrimos que ela gosta da área de saúde, o que casou com o que
precisávamos. É uma pessoa que vem trazendo uma grande bagagem de competências e
experiência”, observa.
De acordo com a diretora, o objetivo principal da Rede de
Humanização é estimular o colaborador para garantir uma boa prestação de
serviços públicos. “Tem sido muito gratificante a experiência com estagiários e
temos tido um feedback muito positivo deles, que realmente se envolvem nas
atividades. Há pessoas que já saem daqui contratadas ou convidadas por outras
instituições para trabalhar. O IEL tem nos atendido muito bem, acho legal o
fato de acompanharem, supervisionarem, verificarem e realizarem atividades como
o Prêmio IEL de Estágio, palestras, e isso colabora para a formação do
profissional”, ela elogia.
IEL – O IEL/AC, enquanto agente de
integração de estágio para empresas dos setores público e privado, já incluiu,
somente no ano passado, 1,5 mil estudantes no mercado. Segundo a coordenadora
do setor, Melissa Ditomaso, a instituição vai além da inserção do estudante, oferecendo
também capacitação através de oficinas e palestras gratuitas aos estagiários. “Em
2017 foram 460 estagiários capacitados. E, só nos meses de janeiro e fevereiro
deste ano, já foram inseridos mais de 100 estudantes em estágio”, contabiliza.
Para o superintendente Jorge Vila Nova, o estágio, além de
constituir uma estratégia de inserção de jovens no mundo do trabalho, é também
uma possibilidade de inclusão de pessoas de idades mais avançadas no mercado.
“O que, via de regra, contribui para elevação da autoestima e exercício da
cidadania por pessoas como a dona Ivete”, conclui.
No que depender dela, o céu é o limite. “Não sabia mexer com
computador, fiquei muito nervosa no primeiro dia, mas meu chefe maravilhoso me
ensinou e hoje já estou até digitando textos. Quando temos interesse, vontade
de vencer na vida, nós conseguimos. Olha onde eu estou! Eu nem esperava passar
no Enem. E, quando eu me formar, vou montar uma escola de teatro na área da
minha casa”.
Serviço:
Endereço IEL: Avenida Ceará, 3727 -
7º BEC - CEP: 69918-108, Rio Branco, Acre.
Contato: 3212-4246
www.ielac.org.br
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