O Estado de Rondônia inicia o período de subida das águas do Rio Madeira com chuvas abaixo do padrão climatológico e temperaturas ligeiramente mais elevadas. Em reunião entre os Centros Regionais de Manaus, Belém e Porto Velho do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), a elaboração do Boletim Climático da Amazônia apontou a continuidade de atuação do fenômeno El Niño, que apesar de estar configurado como extra-forte sobre o parte do Oceano Pacífico, no Estado de Rondônia o reflexo é menos intenso que nos estados de Roraima e Amapá, por exemplo. Mesmo assim, os rondonienses estão encontrando dias mais secos e temperaturas um pouco mais elevadas que a média.
Com previsão para os meses de dezembro de 2015 e janeiro e fevereiro de 2016, o Boletim indica a persistência do aquecimento atípico das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, mantendo alterada a circulação atmosférica e modulando o clima na região amazônica. As chuvas devem ficar abaixo dos padrões climatológicos nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Tocantins, Roraima, Amazonas, centro e norte de Rondônia, e no norte, noroeste e nordeste do Mato Grosso. Nas demais áreas, os acumulados de precipitação deverão ocorrer dentro do padrão climatológico. Em relação às temperaturas, o prognóstico prevê que deverão ficar acima dos padrões climatológicos no Amapá, norte e leste do Pará, Maranhão, Tocantins, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso. E nas demais áreas da Amazônia brasileira as temperaturas deverão ocorrer dentro dos padrões climatológicos.
Cheia 2016 - Na semana passada, houve reunião no Sipam para debater ações conjuntas sobre o período de cheia nos Estados do Acre e Rondônia, com o tema Pré-Cheia 2016: Modelagem Hidrológica a Serviço da Defesa Civil". Não há como prever a que cota chegará o rio, com precisão, mas trabalhamos dentro da expectativa de chuvas na bacia dentro da normalidade. Para o Rio Madeira, a cota média no período da cheia é de 15,5 a 16 metros. A bacia do Rio Madeira é muito extensa, e não temos um modelo de previsão que nos diga exatamente como se comportará o rio a partir de fevereiro, quando a cheia chega ao pico", explicou a Coordenadora Operacional do Centro Regional de Porto Velho (CR-PV/Sipam), Ana Cristina Strava.
Segundo o Meteorologista Carlos Querino até o momento, especialmente em Porto Velho, o nível de chuva foi muito abaixo do esperado. A chuva que caiu no início desta semana foi intensa, ultrapassou os 100mm, mas não garante que dezembro atinja os 319mm aguardados até o final do mês, tendo em vista que a previsão é de que a precipitação ocorra abaixo da normal climatológica. "No mês passado, eram aguardados 225 milímetros, mas choveu pouco acima da metade deste volume, no valor de 147,2mm". Sobre a possibilidade de enchente do Rio Madeira, o meteorologista explica que "de acordo com o modelo de previsão, dentro da bacia as chuvas devem se manter abaixo ou dentro do padrão climatológico. Por outro lado, alguns modelos mostram que apenas próximo dos Andes deverão ocorrer chuvas acima da média, mas que a princípio não devem ter impacto em função das demais áreas da bacia do Rio Madeira receberem chuvas dentro dos padrões previstos ou ligeiramente abaixo", finaliza Querino.
Comentários