As informações oficiais que se tinham a respeito da BR 364
entre Rio Branco, a capital do Acre e Cruzeiro do Sul, eram excelentes. O governo
do estado vizinho propagava
investimentos que teriam transformado a realidade da rodovia mais importantes
para os acrianos.
De Porto Velho até Rio Branco são 500 km de um trecho sem
problemas, onde o tráfego flui normalmente. Mas quando a rodovia avança ao
interior do Acre, a realidade é outra, bem diferente daquilo que o governador
petista Tião Viana sempre anunciou.
Nos dias 26,27 e 28 de dezembro, a reportagem do Rondoniaovivo
percorreu os 700 km entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul, a segunda cidade mais
importante do estado. O trecho apresenta duas distintas realidades. Até Sena
Madureira, os 144 km oferecem uma pista sem buracos e na maioria dos trechos,
muito bem sinalizada.
O trecho seguinte, até a entrada de Manoel Urbano chegando até
Feijó, a terceira cidade no eixo da rodovia, já se notam trechos onde o asfalto
deu lugar a buracos.
Seguindo em frente são 45 km até Tarauacá, com pista
relativamente boa. Mas é a partir de Tarauacá que o drama de quem enfrenta a 354 começa.
São 230 km até Cruzeiro do Sul, e os pontos críticos da
estrada surgem logo nos primeiros
trechos. Chegando na região do Rio Caeté, um atoleiro assusta motoristas impõe um
ritmo lento, onde só passa um veículo por vez, quando passa.
“ Aqui todo dia tem carro atolado. esperei mais de quatro horas
esperando um carro de tração aparecer para tirar outro carro que atolou ai.
Antes a gente levava menos de quatro horas para fazer esse trecho entre as duas
cidades. Agora só tem hora pra sair”, lamentava o autônomo Valter Dias Lemos,
que semanalmente faz a viagem entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
Seguindo viagem a 364 alterna pequenos trechos asfaltados
com pontos esburacados, onde as chuvas transformaram os buracos em grandes
atoleiros. É comum encontrar carros quebrados na rodovia, com pessoas que indo
para a capital, geralmente em busca de tratamento de saúde.
Os ônibus que fazem o trecho são os que mais quebram. No segundo
dia de viagem, a reportagem encontrou dois ônibus da mesma empresa que
transportavam noventa passageiros. Todos estavam a dezoito horas aguardando um
terceiro carro, que no caminho, também quebrou.
As chuvas constantes nesta época do ano tornam a viagem
ainda mais perigosa e contribuem para aumentar a quantidade de lama na rodovia.
Até a ponte do Liberdade, ainda em direção a Cruzeiro do Sul, existem outros
cinco grandes atoleiros. Um deles nas proximidades da ponte do rio Gregório.
As péssimas condições de tráfego em que se encontram a BR
364 naquela região do Acre contradizem o que o governo daquele estado afirma
toda vez que fala da estrada. De acordo com a imprensa oficial, já foram
investidos mais de R$ 1 bilhão na principal projeto de infra-estrutura do Acre,
Governado há dezoito anos pelo PT.
Na teoria, a 364 é uma rodovia é um modelo para a região
amazônica, na prática, é um péssimo exemplo que não deve ser copiado por nenhum
governo.
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