“Passamos duas noites sem dormir”, diz mulher que assistiu a rebelião



Trêmula e reclamando de dores pelo corpo, S.F.G, de 38 anos,relatou á reportagem do Rondoniaovivo os momentos de tensão que passou dentro do presídio José Mário Alves da Silva, o Urso Branco, tomado por cerca de quatrocentos e cinquenta detentos em uma rebelião que durou mais de 36 horas.

A mulher pediu para não ter a identidade revelada e relatou que desde o início da rebelião, ela e as demais trinta e sete esposas de detentos que decidiram ficar dentro do complexo penitenciário ao lado dos presos, passaram duas noites sem dormir.


“ A gente foi muito bem tratada lá dentro. Eles (detentos) deram comida e água pra gente. Só queriam que a gente não saísse de lá porque temiam uma sessão de espancamento caso a COE entrasse. A cadeia foi tomada por eles porque esse diretor faz coisas erradas com os presos”, revelou.

Ela saiu do presídio ás 15: 24 minutos desta terça feira (20) e foi cercada por um grupo de parentes de detentos que ainda aguardavam na frente do presídio. A mulher disse que lá dentro oito esposas acompanham o serviço de revista e condução dos detentos para as celas. Mas reclamou do local onde foram colocados depois que a rebelião acabou.

“ Colocaram a gente na quadra, um amontoado de pessoas. Não tinha como dormir me relaxar porque havia o medo de que a polícia começasse a agredir os presos. Agora tudo está calmo lá dentro porque foi acertado que os presos iam se acalmar se a gente ficasse lá pra garantir que ninguém seria espancado. Por enquanto, está normalizado, porque não vi nenhuma violência por parte deles(polícia)”, relatou.


Na parede da guarita do presídio, a direção afixou um aviso onde garante que nenhum detento foi ferido com gravidade e que a situação está normalizada. Ainda assim, cerca de vinte e cinco mulheres permanecem do lado de fora de onde só pretendem sair quando a última delas deixar a parte interna do presídio.


Comentários