Se agora a enchente já provoca prejuízos para particulares e governo, quando a água baixar os reflexos deixados pela maior cheia que o estado de Rondônia já enfrentou, serão ainda maiores e negativos, é claro.
Relatório elaborado por engenheiros do Departamento Nacional de Infra Estrutura e Transporte, DNIT, aponta para uma ação preocupante, que pode romper um longo trecho da rodovia, depois que as águas baixarem. O estudo, realizado de forma simples, numa análise rápida em um dos trechos submersos da estrada, aponta que o solo pode sofrer o que a engenharia chama de “efeito pudim”, e se desmanchar depois da vazante.
Segundo engenheiros ouvidos pela reportagem, esse fenômeno é comum e geralmente aparece em terrenos que passam vários dias inundados, porque a água que fica armazenada durante a enchente, escorrer e deixa fendas entre o solo. Essas fendas começam a crescer e provocam a erosão em escala, o que faz com o terreno se desmanche.
O DNI e a PRF já trabalham com essa hipótese e só poderão realizar alguma intervenção com obras de engenharia, depois que o rio voltar ao seu nível normal. Enquanto isso, explicou o inspetor João Bosco Ribeiro, a PRF mantém fiscalização constante nos trechos da rodovia que apresentam inundação. A fiscalização está concentrada próximo a comunidade de Antigo Mutum Paraná, distante 177 km de Porto Velho, em direção ao Acre.
Foi justamente essa ameaça de fechamento total da rodovia, que levou o governo do estado vizinho a montar uma base da Defesa Civil do Acre em Porto Velho, onde dois oficiais irão permanecer até que a situação seja normalizada. Hoje, além dos caminhões que seguem diariamente para Rio Branco, o estado vem sendo abastecido com seis voos diários com aviões da Força Aérea Brasileira.
Ontem, o rio madeira atingiu 19 metros, cota que a Defesa Civil Estadual já havia previsto na semana passada.
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