AC,RO E MT podem ficar sem combustível por causa da enchente
O alerta da Defesa Civil Estadual é grave e preocupante. Três estados de
uma só vez podem sofrer um colapso no abastecimento de combustível e gêneros
alimentícios que pode provocar uma situação nunca vista antes. A situação é
real e pode acontecer caso o rio madeira em Porto Velho, ultrapassa a conta de
18 metros. Na última sexta-feira (14), as águas antigiram os 17,38 metros,
aumentando para 345 o numero de famílias desabrigadas na capital.
Quem fez o alerta foi o coronel Lioberto Ubirajara Caetano, coordenador
estadual da Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros de Rondônia em uma
entrevista coletiva que durou quase duas horas. Sem esconder dados, o oficial
revelou que o plano de auxilio as vitimas da enchente previa três situações, e
atualmente atingiu o nível dois, um abaixo da situação crítica.
Caetano disse que no dia 13, acompanhado por uma equipe da Defesa Civil
do Município, realizou um sobrevoo de quase três horas onde vistoriou as áreas
afetadas em Porto Velho, Jacy Paraná, Nova Mamoré, Guajará Mirim e o baixo
Madeira. Por onde a equipe passou, segundo ele, encontrou uma situação
alarmante.
“ Baixo madeira talvez tenhamos a situação mais critica. Lá, poucos são
os pontos de terra firme. Existem centenas de famílias aguardando assistência
medica, água potável e doação de cestas básicas”, disse o coronel que anunciou
o envio de um barco com uma equipe medica para atender na região durante cinco
dias.
Em Porto Velho, local onde está a maioria dos desabrigados a situação
não é menos preocupante. Em menos de 48 horas, subiu para 345 o numero de
famílias desalojadas e a tendência é que esse numero aumente durante o final de
semana.
Balsas com combustível não conseguem atracar no porto
O desabastecimento de combustível que pode ocorrer nos estados do Acre,
Mato Grosso e Rondônia, tem como principal motivo, a dificuldade que as balsas
enfrentam para atracar no porto de descarga, na região do bairro Nacional,
setor norte da capital. Com o nível das águas elevado, as balsas correm sério
risco de provocar um acidente ambiental de grandes proporções. Por isso, por
questão de segurança, duas empresas responsáveis pela transporte de combustível
do Amazonas para Rondônia já suspenderam as operações.
Em caso de crise no setor de abastecimento, explicou Caetano, o
combustível armazenado nos tanques das empresas será destinado para abastecer
apenas veículos militares e outros que estejam envolvidos no socorro as vitimas
da enchente.
Guajará Mirim e Nova Mamoré isolados
Duas cidades localizadas na região do Vale do Mamoré estão isoladas via
terrestre. Em Guajará Mirim e Nova Mamoré, o transporte de pessoas que
necessitam de atendimento médico na capital está sendo feito com apoio de
aeronaves da Força Aérea Brasileira. Na quinta feira, nove pacientes foram
trazidos para a capital para realizar procedimentos de homodiálise.
O tráfego de veículos pela rodovia 425, na região afetada pela cheia
está suspensa e as empresas de ônibus foram orientadas a suspenderem as venda
de passagens.
Balsas podem deixar de operar a qualquer momento
A travessia de veiculo nas balsas do rio madeira em Porto Velho, que dá
acesso a cidade amazonense de Humaitá e na região do abunã, com acesso para o
Acre, pode ser suspensa a qualquer momento devido a elevação do nível das
águas.
Segundo explicou Caetano, em Porto Velho, a balsa que faz a travessia de
veículos já opera com dificuldades e deve parar de operar caso o nível do rio
aumente mais 20 cm.
No Abunã, onde ocorre a travessia de veículos com destino ao Acre,
também está prejudicada. Lá, o guichê onde funcionava a cobrança da taxa está
debaixo dágua e as concessionárias trabalham para construir um local mais
adequado para a balsa atracar. Das duas balsas que operam lá, uma parou de
operar por sugestão da Defesa Civil.
Mais de 500 mil pessoas estão afetadas pela enchente
Os números oficiais divulgados pela Defesa Civil durante a coletiva
impressionam, segundo levantamento realizado nas últimas 24 horas, em todo o
estado 568 mil pessoas estão afetadas pela cheia nas cidades de Porto Velho,
Rolim de Moura, Santa Luzia, Nova Mamoré e Guajará Mirim.
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