Bispo Dom Moacir presta depoimento
no julgamento do “crime da motoserra”
# Religioso demonstrou esquecimento de alguns fatos já comentados por ele em depoimentos e disse que seu principal informante tinha “mais imaginação que verdade”
O bispo de Porto Velho (RO), Dom Moacir Grecchi, que ocupou o mesmo cargo em Rio Branco, onde morou de 1972 a 1999, foi uma das testemunhas arroladas pelo juízo a depor da tarde desta segunda-feira (21), no julgamento do “crime da motossera”. Ele falou sobre o clima que imperava no Acre em relação ao acusado Hildebrando Pascoal, mas disse não haver presenciado nenhum crime, nem ter sido ameaçado.
Dom Moacir demonstrou esquecimento de algumas informações que prestou anteriormente, o que atribuiu à idade, já que está com 73 anos. Ele afirmou que a pessoa (seu informante) que acreditava ter conhecimento sobre crimes de Hildebrando, tinha “mais imaginação que verdade”.
Segundo Dom Moacir “era voz corrente” na década de 90 que Hildebrando era o “mentor intelectual” de muitos crimes no Acre. Que na época dizia-se que ele era envolvido com drogas, assassinatos, soltura de presos e era acionado para “cobrar contas”.
Sobre o assassinato de Agilson Firmino dos Santos, o “Baiano”, ele disse que viu as fotos e ficou chocado com o crime. Um delegado da Polícia Civil, que não recordava o nome, lhe disse que o mecânico foi morto e serrado com um motoserra, em uma serraria do bairro Aeroporto Velho. Que o mesmo delegado lhe afirmou possuir bilhetes de Hildebrando pedindo para soltar presos que eram envolvidos com droga.
O bispo disse que se as autoridades do Acre não era coniventes com os crime de Hildebrando, mas havia complacência e medo. Ele lembrou de uma reunião no Tribunal de Justiça onde Hildebrando entrou chutando a porta e afirmando que mataria assassino de seu irmão e quem interferisse. Segundo o bispo, o desembargador Arquilau de Castro Melo foi quem lhe informou do fato e que nada foi feito. “O Arquilau veio até mim e disse: somos reféns de um bandido”, friso Dom Moacir.
Outro fato comentado pelo Bispo foi sobre ameaça que o médico legista sofreu de Hildebrando para dar um laudo conivente. “O doutor Querioz veio à minha casa e me mostrou a carta que mandou pro governador. Ele nem quis mais ficar aqui”. Dom Moacir afirmou não recordar com conteúdo da carta, mas questionado pelo promotor Álvaro Pereira, que lembrou de um depoimento por carta precatória, em Porto Velho, disse ter relembrado do fato que o médico teve arma na cabeça pra fazer autopsia de “Baiano”.
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