Sindireceita promove seminário sobre saída para o Pacífico

Reunidos em Rio Branco, representantes de vários setores debaterão sobre desenvolvimento e integração
Avaliar os benefícios associados à abertura de novas rotas comerciais e pólos de desenvolvimento regional são os objetivos gerais do seminário internacional "Saída para o Pacífico e Áreas de Livre Comércio – Oportunidades de Integração e Desenvolvimento". Durante os dias 6 e 7 de junho, empresários, especialistas, autoridades e políticos brasileiros e peruanos vão se reunir em Rio Branco, no Acre, e em Puerto Maldonado, no Peru, para avaliar a perspectiva de crescimento no comércio entre os dois países, a necessidade de estruturação das Áreas de Livre Comércio na região Norte e as oportunidades que poderão surgir com a abertura de uma rota terrestre de acesso ao Pacífico . A conclusão da rodovia interoceânica que ligará o Brasil aos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan pelo estado do Acre poderá reduzir em aproximadamente 6.000 quilômetros a distância comercial entre o Brasil e os destinatários asiáticos. Por essa rota, poderá ser escoada parte da produção industrial e agropecuária nacional. Somente no ano passado, as exportações para a Ásia representaram 14,7% do volume de embarques de produtos brasileiros para o exterior. Um mercado que deve ser ampliado nos próximos anos.
A provável demanda por mais investimentos no aparato estatal de vigilância, policiamento e controle aduaneiro na região de fronteira também será alvo de exposições e debates por membros de órgãos como Ministério da Defesa, Receita Federal do Brasil, Polícia Federal e Rodoviária Federal.
O Seminário é uma realização do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal do Brasil (Sindireceita) e conta com o apoio da Comissão da Amazônia e Integração Nacional da Câmara dos Deputados, Embaixada do Peru no Brasil, Sebrae, Governo do Estado do Acre, além do Tribunal de Contas e Ministério Público do Estado. O presidente do Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira, destaca que a existência de um canal de saída para o Oceano Pacífico sempre foi considerada estratégica para o Brasil. Segundo ele, a construção da rodovia interoceânica permitirá ao Brasil uma aproximação comercial maior com o Oriente, devido ao aumento de competitividade dos produtos nacionais a ser viabilizada com a redução nos custos de transporte. "É essencial promover esse debate agora. Nosso objetivo é reunir representantes de toda a sociedade e, por meio das discussões, estimular as autoridades públicas a adotar medidas que, além de tornar efetiva a abertura dessa nova rota, ajudem a evitar que o descaminho, o contrabando, a pirataria, o tráfico de drogas e armas passem a ser alvo de preocupação", disse. Paulo Antenor destaca que o crescimento no fluxo comercial e turístico exigirá dos governos ações efetivas de prevenção e combate a essas práticas criminosas. "A Receita Federal e os órgãos de segurança da União e dos estados devem estar preparados para acompanhar o aumento dessa demanda. Os municípios da região também precisam estar envolvidos. Somente com ações conjuntas poderemos obter os melhores benefícios desse empreendimento", destacou.
No segundo dia do evento, parte dos seminaristas, em especial parlamentares e autoridades, irão de Rio Branco para Puerto Maldonado, no Peru, onde serão recepcionados por autoridades peruanas, e haverá novas exposições e debates sobre o tema Roteiro A BR 317, rodovia do Pacífico, faz a ligação entre Rio Branco, no Acre, até Brasiléia-Assis Brasil. Da capital do estado até a divisa com o Peru são 220 quilômetros de rodovia asfaltada. Na fronteira, a travessia do rio Acre é feita pela ponte binacional, que liga as cidades de Assis Brasil, no Acre, e Iñapari, no Peru. Da cidade peruana de Iñapari percorrem-se 230 quilômetros até Puerto Maldonado, cidade de porte médio, considerada a capital dos Andes tropicais peruanos. De lá, a rodovia rumo ao Pacífico prossegue para Cuzco por 510 quilômetros de subida pela selva e pelas montanhas das Cordilheiras dos Andes. Esse é o único trecho considerado crítico da estrada, e que está sendo trabalhado pelo governo peruano. De Cuzco, a viagem prossegue por mais 520 quilômetros até Arequipa. Seguindo mais 310 quilômetros, chega-se à cidade portuária de Ilo, no Sul do Peru, próximo à fronteira com o Chile. O porto de Ilo é o mais próximo do Acre, a 1.900 quilômetros de distância. A pavimentação da Rodovia Interoceânica vai custar mais de US$ 700 milhões de dólares. A conclusão da obra está prevista para ocorrer em julho de 2010. O governo peruano também pretende concluir uma rodovia alternativa que, a partir de Puerto Maldonado, poderá encurtar em cerca de 400 quilômetros a ligação rodoviária entre Rio Branco e o porto de Ilo. Trata-se de uma estrada, cujo traçado já existe, que ligará Puerto Maldonado a Puno, próximo à fronteira peruana com a Bolívia. Com essa rodovia, a ligação rodoviária entre a capital do Acre e o Pacífico peruano será reduzida para apenas 1.500 quilômetros, passando por uma região menos montanhosa do que a da subida das Cordilheiras. Assessoria de Comunicação do Sindireceita

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